Dentro de cada mulher adulta existe uma menina que muitas vezes não foi ouvida, não recebeu orientações sobre crescer, sobre as transformações do seu corpo, sobre menstruar, sobre um dia ser mulher.
Dentro de nós existe uma menina que teve medo e vergonha de perguntar, afinal não teve com quem conversar porque os adultos também foram crianças que passaram pelas mesmas coisas e não sabiam como conversar com ela.
Só que no fundo ela é muito mais que uma menina indefesa, ela é muito corajosa, ousada e destemida e espera você para juntas, descobrirem a força da sua essência e potência para ocupar o lugar que ela merece no mundo. Você reconhece essa menina?
Reconhecer e acolher a menina que existe dentro de nós não é tarefa fácil, contudo faz toda diferença na nossa vida adulta.
Na minha vida essa transformação foi tamanha que me fez olhar para as meninas ao meu redor, as que existem nas adolescentes e nas mulheres adultas e então eu senti um enorme desejo de pegar nas mãos delas e convidá-las para virem comigo.
Eu e minha menina
Há algum tempo eu era a menina da minha mãe, depois me tornei a mãe das minhas meninas.
Hoje sou também, mãe da minha própria menina. Tenho aprendido muitas coisas com ela e ensinado também!
Ela tem me mostrado os medos que na verdade, são dela, os meus medos de menina.
Então juntas olhamos para eles e rimos com riso de menina e coragem de mulher!
Eu mostro a ela que as feridas se curam e ela me mostra que arriscar e ousar tornam a vida interessante.
Eu mostro a ela que certo e errado, bom ou mal são experiências, aprendizados …e ela confiante, me incentiva a aprender coisas novas e recuperar alguns sonhos deixados pra trás.
E nos aventuramos…
Assim descubro a beleza deste momento: “ de ser jovem enquanto velha e velha enquanto jovem”
E que “não importa quantos anos de vida se tenha acumulado”
O que importa é Viver a vida plenamente, cada dia…
Conectando com nossa essência, nossa menina, nossa mulher, nossa sábia!
Nos permitindo experienciar, nos conectando com a natureza, descobrindo-a em cada parte de nós, de tudo, do Todo!
Há algum tempo eu era a menina da minha mãe, depois me tornei a mãe das minhas meninas.
Hoje sou todas elas!
A Mãe da Menina e a Menina da Mãe
Agora eu ainda era menina, mas já era mãe. Mãe de meninas! E com elas e por elas a minha criança cresceu, aprendeu, amadureceu, renasceu.
Eu imagino esse ciclo da vida como um jardim.
Um dia, a menina da mãe é semente e a mãe da menina prepara tudo com muito carinho, para sua chegada.
E depois de um tempo a menina cresce, é um botão que se torna flor.
Neste momento ela também precisa de cuidados, preparo, orientações, da mesma forma quando ela chegou, para que possa florescer e caminhar sobre a terra mostrando quem ela veio ser, com segurança, autonomia e coragem.
E é a chegada da Menstruação que torna possível a fase do florescer, do amadurecer, de Ser.
Acontecem tantas mudanças nesta fase que a mãe da menina não sabe lidar porque neste momento, a menina da mãe se lembra que tão pouco aprendeu. E agora?
Como fazer diferente por nós e por nossas meninas?
De que forma explicar para uma menina que todos os meses ela vai sangrar sem que ela se assuste e sim, receba a menstruação de forma natural?
Falar que ela vai ficar mocinha, que tem que ter cuidado para não manchar a roupa, que agora ela pode engravidar foi o que eu, você e a maioria das mulheres ouvimos quando menstruamos pela primeira vez.
Muitas de nós nunca tinha ouvido falar de menstruação, fazendo da menarca (primeira menstruação) um momento traumático. Você se lembra como foi esse dia?
Muitas de nós, fomos salvas por uma amiga, irmã mais velha, tia, vizinha, que explicou para gente, porque nossa mãe não sabia como falar.
Infelizmente ainda hoje é exatamente assim que acontece, sabia?
O assunto é tão pouco abordado e esclarecido que muitas meninas já odeiam a menstruação e não querem falar do assunto.
Muitas mães não sabem quando, como e o que falar para suas meninas. Pois sem perceber, a negação e o tabu são reforçados por comentários e atitudes das mulheres adultas, porque foi a forma que aprenderam.
A menstruação não precisa ser um fardo para ninguém se ela for vista, compreendida pelo que ela é, além dos mitos e tabus.
Nossas meninas não precisam passar por constrangimentos que nós passamos, por falta de orientação.
Eu tive a oportunidade de ressignificar o que aprendi sobre ser menina, sobre meu corpo, sobre menstruação e fazer diferente por minhas filhas e por mim.
E é por isso que eu te convido a pegar na minha mão, como menina, como mãe, como mulher e como educadora para caminhar com você e sua menina nessa jornada de vir a ser!
Vem comigo e através da Educação de Ciclos fazer diferente por nossas filhas, sobrinhas, netas, afilhadas, amigas e por aquelas que ainda virão!
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